Vamos aprender a ler rótulos?

Foi publicado, em 2011, um Regulamento do Parlamento Europeu, cujo objetivo é o de regulamentar a rotulagem e uniformizar os rótulos dentro da União Europeia.

Essa Regulamento (1169/2011) foi transposto para a legislação Portuguesa e está em vigor.

É importante que se perceba que a rotulagem surgiu com o intuito de proteger o consumidor e de promover escolhas mais conscientes, e talvez, mais acertadas!

Ou seja, é diferente eu estar a comprar um produto alimentar cheio de açúcar, gordura e conservantes para comer porque me apetece mesmo comê-lo e é um dia sem exemplo, do que pensar que é o que devo fazer e que não faz assim tão mal...

Então e como se lêem os rótulos?

Devem ser seguidos vários passos, a saber:

1º - Ver o Prazo de Validade! É muito importante ter em conta que os produtos alimentares têm um prazo em que se devem consumir. No entanto, também pode aparecer nos produtos uma menção parecida e que por vezes é confundida com o prazo de validade - Melhor antes de... ou em Inglês BBE (Best Before End...) e que significa que o produto pode ser consumido para além dessa data, mas as suas propriedades e o seu ineresse nutricional já poderá estar diminuído.

Atenção, os Prazos de Validade e os prazos de Melhor antes de, são fixados com uma margem de segurança considerável pelo que no dia seguinte ao indicado, com um enormíssimo grau de probabilidade, ainda podem ser consumidos. Tenha cautela e verifique o estado do mesmo, mas não o deite imediatamente fora. repare também que conforme a natureza do produto, o Prazo de Validade pode ser mais ou menos rígido - por exemplo, um lacticínio terá menos tolerância do que um fruto seco, por exemplo.

2º - Olhar para a Lista de Ingredientes! Na lista de ingredientes os mesmos vêm listados por ordem decrescente, ou seja, do que está presente em maior quantidade para o que está em menor quantidade! Assim, ao ler esta lista ficamos com uma ideia geral de como o produto é constituído. Por exemplo, queremos comprar uma pasta de amêndoa e temos duas opções: (A) uma pasta que é constituída só por amêndoa; (B) uma pasta que tem amêndoa, açúcar, óleo e conservantes. Qual pensam que é a mais adequada? A (A) certamente!

Por outro lado, se virmos na lista de ingredientes muitos elementos que desconhecemos e que nos parecem “sintéticos”, provavelmente o produto não é uma boa opção!

3º - Ter em conta a Tabela Nutricional! Nesta tabela temos uma série de informações sobre alguns dos parâmetros nutricionais do alimento contido na embalagem. No entanto, essa informação tem de ser lida com alguma cautela, atenção e sentido crítico. Por exemplo, nos Hidratos de Carbono deverá aparecer uma subalínea denominada Açúcares . Ora, sucede que há diversos tipos de açúcares (sacarose, frutose, lactose, para dar alguns exemplos) e nem todos eles são processados pelo nosso organismo da mesma forma! E da mesma forma, nem toda a Proteína é igual, ou possui os mesmos aminoácidos. Portanto, quando compararmos produtos temos de ter isso em conta. Se não fizermos esse tipo de análise, pode suceder que entre uma saudável e natural banana e uma barra energética altamente processada, escolhamos esta última porque tem menos calorias do que a banana, quando de facto, a melhor escolha é a banana cujas calorias não são transformadas pelo corpo em gordura armazenada, mas antes são consumidas - isto para além de todos os outros nutrientes benéficos que este fruto tem e que a barra não...

4º - É muito útil compararmos alimentos semelhantes para decidirmos qual o mais indicado e mais nutricionalmente adequado aos nossos objetivos!